O que é a Indústria 4.0?
O termo indústria 4.0 surgiu para definição de um novo conceito de indústria, baseado em uma indústria moderna que utiliza em seus processos de manufatura as mais modernas inovações tecnológicas das áreas de automação e controle da informação.
O conceito usa como base sistemas automatizados e integrados à internet, controlados remotamente e sem a manipulação humana, de forma a reduzir falhas e aumentar a eficiência por meio de processos autônomos.
A indústria 4.0 é considerada um novo período nas revoluções industriais. Isso porque ela traz mudanças significativas na forma em que os produtos são fabricados, melhorando a produtividade, a qualidade e reduzindo custos, o que impacta diversos setores do mercado como um todo.
A ideia é resumidamente assim:
1º Revolução industrial: 1780 – Máquinas a vapor e criação do tear mecânico
2º Revolução industrial: 1870 – Energia elétrica, aço, motores elétricos e de combustíveis derivados do petróleo
3º Revolução industrial: 1970 – Sistemas informatizados, robóticos para manufatura, avanço na eletrônica
4º Revolução industrial: Hoje – Sistemas cyber-físicos, processos de manufatura descentralizados, comunicação, integração e controle remoto.
A Revolução Industrial transformou a vida das pessoas e das indústrias. O acesso a novas formas de geração e distribuição de energia, meios de transporte mais eficientes e uma variedade maior de produtos está cada dia maior. Além disso, houve uma migração massiva de pessoas para as cidades e a cada dia a internet tem aproximado mais as pessoas do acesso à informação e de diferentes formas de relacionamento.
Vivemos agora uma revolução tecnológica que promete transformar novamente a maneira como o mundo funciona, proporcionando crescimento econômico, gerando empregos mais qualificados e propiciando elevação dos padrões de vida.
A era da Internet Industrial já começou e ela une máquinas inteligentes, análise computacional avançada e trabalho colaborativo entre pessoas conectadas para gerar profundas mudanças e trazer eficiência operacional para setores industriais diversos: manufatura, transporte, energia e saúde.
Como a Indústria 4.0 aconteceu?
Foi na edição de 2011 da Feira de Hannover que o conceito da Indústria 4.0 começou a ser revelado ao público em geral. A iniciativa, fortemente patrocinada e incentivada pelo governo alemão em associação com empresas de tecnologia, universidades e centros de pesquisa do país, propôs uma importante mudança de paradigma em relação à maneira como as industrias iriam operar nos dias de hoje.
Nessa visão de futuro, ocorreria uma completa descentralização do controle dos processos produtivos e uma proliferação de dispositivos inteligentes conectados ao longo de toda a cadeia de produção e logística.
Aos que aderiram e estão aderindo à essa nova formatação industrial que seria a Indústria 4.0, o impacto esperado na produtividade é comparável ao que foi proporcionado pela internet em diversos outros campos, como no comércio eletrônico, nas comunicações pessoais e nas transações bancárias.
Sendo assim, a Indústria 4.0 se torna a cada dia uma realidade no dia a dia de todos, pela adoção gradual de um conjunto de tecnologias emergentes de TI e automação industrial, na formação de um sistema de produção físico-cibernético, com intensa digitalização de informações e comunicação direta entre sistemas, máquinas, produtos e pessoas. Por fim, esse processo tende a gerar ambientes de manufatura altamente flexíveis e auto ajustáveis à demanda crescente por produtos cada vez mais customizados.
Vantagens da Indústria 4.0
- Criação de novos modelos de negócios – Com a indústria 4.0, diversos segmentos serão impactados pelo trabalho disruptivo e inovador. Assim, surge a oportunidade de inovação mesmo em setores tradicionais como no agronegócio.
- Operações integradas e em tempo real – A rapidez do processamento de informações dessas “indústrias inteligentes” é outra grande vantagem da indústria 4.0. Com ela, dá até para monitorar equipamentos de modo remoto. E com isso, aumenta a transparência do processo: os dados ficam disponíveis para a gestão da empresa.
- Redução de custos – Com a indústria 4.0, as próprias máquinas têm capacidade e autonomia, seja para operar ou programar manutenções. Consequentemente, é uma oportunidade de reduzir o orçamento e melhorar os resultados.
- Economia de energia – Essa é mais uma vantagem que ajuda a reduzir custos: manter a produtividade com baixo consumo de energia. Com isso é possível? Com o uso das novas tecnologias, claro!
- Otimização de recursos naturais – A indústria 4.0 também garante mais sustentabilidade nas empresas. Isso porque ajuda a reduzir o uso de recursos naturais e, assim, os impactos de suas operações na natureza.
- Redução de erros – A redução da intervenção humana no processo de montagem diminui os riscos de erros na operação. As máquinas podem ser programadas para alcançarem um nível mínimo de acerto.
- Customização como se não houvesse o amanhã – Produtos exatamente do jeito que os consumidores precisam. Com a indústria 4.0 é possível que eles saibam a origem das matérias-primas e, até mesmo, possam personalizá-los a distância pela internet.
Indústria 4.0 no Brasil
A Indústria 4.0 desponta como caminho natural para aumentar a competitividade do setor por meio das tecnologias digitais. No Brasil, infelizmente ela ainda é pouco utilizada pelas empresas nacionais. O atraso brasileiro diante da integração das tecnologias físicas e digitais em todas as etapas de desenvolvimento de um produto fica evidente porque 43% das empresas não identificam quais tecnologias têm potencial para alavancar a competitividade do setor industrial.
Nas pequenas empresas, esse porcentual sobe para 57%. Entre as grandes, a fatia recua para 32%. De acordo com pesquisa nacional sobre adoção de tecnologias digitais relacionadas à era da manufatura avançada, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a indústria brasileira ainda está se familiarizando com a digitalização e com os impactos que pode ter sobre a competitividade. O desconhecimento é significativamente maior entre as pequenas empresas (57%). Infelizmente, a preocupação é de que o Brasil esteja pouco preparado para a adoção em larga escala da Indústria 4.0, tendo em vista aspectos estruturais, educacionais e culturais.
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